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Dica de Livros
O Descortinar do drama da redenção
W G. Scroggie
 

 

Com Cristo na Escola de Oração
Andrew Murray
 

 

O Ministério 
do Espírito 
A. J. Gordon
 

 

Seja feita a Tua Vontade

E Ele... pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua. Lc 22:41, 42

 

Getsêmani! O Santo dos Santos na vida do nosso Senhor, o santuário de Sua redenção eterna. Em alguns aspectos o Gólgota é maravilhoso para mim; pois o sacrifício visível no Gólgota foi a consumação externa da luta da alma que teve lugar no Getsêmani. O Getsêmani revela a mim o que aconteceu entre o Pai e o Filho, o preço que o Filho teve que pagar e o que deu a Seu sacrifício dignidade infinita. No âmago de tudo isto está a expressão que estamos buscando compreender: “Não a minha vontade!”

 

Aquieta, minh’alma; pondere e ore enquanto observa o que aconteceu quando Ele mesmo, o seu Salvador, aprendeu a dizer estas palavras a fim de ensiná-las a você. Aqui veremos quatro dentre as grandiosas maravilhas de toda a eternidade.

 

A primeira é: O Pai oferece a Seu Filho o cálice da ira para que beba. É surpreendente notar que a Bíblia fala em apenas dois cálices. Há o cálice de benção ou de ações de graças (Sl 16:5, 23:5, 116:13, I Co 10:16) e há o cálice do tremor ou desolação (Sl 11:6, Is 51:17, 22, Ez 23:33). A vontade do Pai era que o Filho bebesse este cálice para que pudesse fazer a reconciliação dos nossos pecados. O Pai coloca o cálice da Sua ira contra o pecado nas mãos do Seu Filho.

 

A segunda maravilha: O Filho, embora sempre obediente, deve em seguida provar e esvaziar o cálice da morte amaldiçoada de homens pecadores. Ele roga para que possa ser poupado de beber este cálice. Ele experimenta a repulsão da Sua vontade humana e sente que sua vontade não é a vontade do Pai. Ele teme a morte. Mas Ele teme mais ainda ser desobediente, e mesmo enquanto Ele diz: “Não a minha vontade”, a luta O faz suar grandes gotas de sangue.

 

A terceira maravilha: O Filho aceita o cálice, tão repugnante para a Sua alma perfeita. Ele sacrifica Sua própria vontade. Ele se levanta e vai no Seu caminho para fazer a vontade do Pai, para beber o cálice até a última gota, até mesmo para ser desamparado por Deus.

 

Todas estas maravilhas: “Não a minha vontade”. Isto era o que o Pai desejava do Filho. Isto é o que tornou o Filho tão glorioso aos olhos de Deus. A vontade própria foi a única raiz de todo o pecado e somente “Não a minha vontade” . poderia vencer e triunfar sobre o pecado. Somente isso poderia abrir o caminho e nos mostrar o retorno para Deus: que sem levar em conta o custo, o homem pudesse ao final dizer: “Não a minha vontade”. Jesus disse isto por toda a Sua vida, dia após dia. E graças a Deus Ele triunfou no exame final no Getsêmani e assim assegurou-nos a salvação.

 

“Não a minha vontade!” Estas palavras são o segredo, a chave de nossa salvação. Através dessas palavras a obediência de Jesus se tornou o poder para a expiação dos nossos pecados. Por causa destas palavras, todos os pecados de nossa vontade própria podem ser perdoados para sempre; pesadas na balança elas excedem em muito toda a vontade própria com as quais nós havíamos deixado Deus irado.

 

E agora, aquelas mesmas palavras se tornaram vida para nossas almas. Aquilo que constituiu o poder da redenção em Cristo é também a nossa fonte de poder. Fomos crucificados com Cristo, compartilhamos da Sua disposição no levar a cruz. Com Ele, através d’Ele e n’Ele também dizemos até mesmo à morte: “Não aminha vontade!”.

 

Devemos compreender que sem o Espírito Santo “não a minha vontade” parece um peso insuportável. Mas Deus não nos pede que digamos isto na nossa própria força. A alegria no Espírito Santo o faz possível e fácil. Da mesma maneira que com estas palavras o Filho se ofereceu a Deus como sacrifício agradável, possa eu usá-las para oferecer a minha vida no altar, oferta santa agradável a Deus. Ó Espírito de Deus, Espírito do Getsêmani e do Gólgota, sopre sobre mim para que a minha oferta seja “Não a minha vontade”.

 

Cristãos, permita-me perguntar-lhe: este Cristo, para quem “Não a minha vontade” era vida e alegria, é Ele o seu Cristo? É Ele o Cristo a quem você ofereceu a sua vida para que possa fazer de “Não a minha vontade” o seu voto também? Estas palavras de Jesus glorificaram-No aos olhos de Deus; será que elas o Glorificaram aos seus olhos enquanto Ele o chama e o fortalece para o mesmo ideal? Rogo-lhe que se você deseja ardentemente experimentar a benção do amor de Deus, permita a este Cristo, o Cristo de “Não a minha vontade”, viver em seu coração. Em coisas grandes e pequenas, em seu relacionamento com Deus e com os homens, possa “não a minha vontade” ser sempre o seu amor e a sua vida, dia após dia, em Cristo, pelo poder do Espírito Santo.

 

Ajoelhe-se diante do seu precioso Senhor agora e diga a Ele que pela fé em Seu triunfo no Getsêmani assim será! 

 

Autor: Andrew Murray - Extraído da Revista À Maturidade, Nº 24 - Primavera de 1993 

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